Como efeito do metabolismo da respiração das pessoas eliminamos para o ambiente o Gás Carbônico – CO2, este nas salas fechadas aumenta sua concentração constantemente sendo um grande perigo para a saúde e o bem-estar das pessoas. Apresentamos aqui as suas características, limites de aceitação e os sintomas de saúde que afetam as pessoas.
O ar ambiente externo possui uma concentração natural de CO2 na ordem de 450 a 500ppm (partes por milhão), o que é normal e não afeta as pessoas de nenhuma forma. Dentro de salas fechadas a concentração inicial podemos inferir ser igual a condição externa, mas em ambientes sem renovação do ar o teor cresce rapidamente (dependendo do número de pessoas e atividades na sala), passando por alguns números balizadores como seguem:
- Medindo CO2 em 1.000ppm, esta condição ainda não afeta a saúde das pessoas, mas a Resolução nr. 9 da Anvisa que versa sobre QAI indica que este valor é um parâmetro de “atenção”, que o CO2 pode passar a aumentar rapidamente e assim alguma medida deve ser tomada para baixar o valor.
- A partir de 1.500 a 2.500ppm problemas de saúde em bem-estar já começam a aparecer nas pessoas que estão na sala, assim, medidas para a normalização do valor de CO2 deve ser tomada.
- A partir de 2.500 passando por 3.500ppm a situação já é extremamente crítica, onde se tomam medidas imediatas ou se retiram as pessoas das salas. Em condições de não ter como medir esta concentração e aliado ao desconhecimento das pessoas, os percentuais crescem ainda mais tornando os ambientes completamente impróprios para a respiração das pessoas.
A concentração de CO2 é portanto, o INDICADOR DE QUALIDADE DO AR INTERIOR. É facilmente medida por equipamentos e instrumentos de relativamente baixo custo. Hoje se disponibiliza pela indústria sensores de CO2 com acoplamento a automação das instalações de renovação do ar interior que podem ligar e desligar os equipamentos conforme a concentração do gás no ambiente.
Equipamentos de medição de QAI, um portátil que serve com indicação e um equipamento de precisão para medições oficiais.
Os sintomas do excesso de CO2:
Os sintomas que as pessoas sentem quando o ar degradado contém excesso de gás carbônico:
- DOR DE CABEÇA
- SONOLÊNCIA
- DESATENÇÃO
- LETARGIA
- PERDA DE RENDIMENTO NO TRABALHO E NO ESTUDO
- ALTERAÇÃO DO PH SANGUÍNEO
- FALTA DE OXIGÊNIO NO ORGANISMO
- DISTÚRBIOS EMOCIONAIS
- TRANSMISSÃO DE VÍRUS E BACTÉRIAS
- MORTE (no caso extremo)
Notem que são sintomas comuns que muitas pessoas apresentam no dia a dia, mas que não elas associam ao ar interior das salas que ocupam. Um fator de grande impacto em função destes sintomas é o absenteísmo, que são as faltas ao trabalho motivados por atestados médicos.
Deve-se avaliar aqui o custo-benefício de se ter nos ambientes especialmente os de trabalho os processos de renovação do ar interior, que irão sem dúvidas aumentar a produtividade no trabalho, reduzir o número de atestados médicos, e todos os problemas decorrentes.
Fica claro e evidente que quem trabalha com a QAI, trabalha para a saúde e bem-estar das pessoas. É uma tarefa das mais importantes e sérias que os profissionais devem abraçar com muita dedicação.
Escrito por:
Eng. Mec. Me. OSNY DO AMARAL FILHO
Especialista em Qualidade do Ar Interior
27/04/2024